Durante a expedição RESILIENCE a bordo do navio Marion Dufresne II, cientistas de Moçambique, França e África do Sul investigaram uma estrutura oceânica rara: um dipolo de mesoescala, formado por um anel anticiclónico e um redemoinho ciclónico. Esse sistema dinâmico, com jato central que atinge velocidades superiores a 130 cm/s, transporta mais de 10 milhões de metros cúbicos de água costeira por segundo — levando consigo nutrientes e organismos marinhos para o mar aberto.

“Pudemos observar, com detalhe inédito, como essa estrutura suga águas ricas da plataforma costeira e fertiliza o oceano profundo”, explica o Prof. Fialho Nehama da ESCMC, um dos autores do estudo publicado na JGR Oceans. A pesquisa destaca que esses dipolos não são raros: formam-se cerca de três vezes por ano no Canal de Moçambique e duram em média 20 a 25 dias. Seu impacto na conectividade ecológica entre a costa e o alto-mar é significativo, influenciando cadeias alimentares e processos biogeoquímicos.

📎 Leia o estudo completo: https://doi.org/10.1029/2024JC021913